Execução do Projeto - I Aula
A execução do Projeto Interdisciplinar de História e Arte: Expressando
a lenda folclórica regional do boto cor-de-rosa através da técnica assemblage, realizou-se no dia
31/05/2012, na Escola Estadual de Ensino Médio Dom Julio Mattioli, com os
alunos do 1º ano I, contendo aproximadamente 40 alunos, portanto, teve inicio a
partir das 17h05min até as 17h55min.
Antes
de esta em sala de aula, foi necessário explicar a proposta e objetivos deste
projeto para a coordenadora pedagógica, onde esta pediu uma copia do projeto
para que pudesse analisá-la, achei super importante, pois a escola esta
compromissada com o aprendizado do aluno. Assim, me concederam a oportunidade
de esta aplicando este, ao público desta instituição de ensino. Ademais, tive o
privilégio de realizá-lo na turma do professor e colega de curso Samyk Farias,
que leciona a disciplina de Artes nesta referida escola, assim, pude contar com
seu apoio na disponibilidade da turma e para que meu projeto fosse executado
com os alunos do ensino médio, que era meu público alvo.
Entretanto,
o professor fez uma pequena apresentação e me auxiliou na arrumação dos
materiais tecnológicos como o data show e notbook, já que seria indispensável
para que o conteúdo teórico fosse apresentado à turma. Portanto, após a arrumação da sala e dos
materiais, fiz minha apresentação, me identificando e também, falando sobre o
projeto interdisciplinar, juntamente com seus objetivos, propostas e motivação,
como também, relatei brevemente sobre alguns pontos que iríamos estudar,
apresentando assim, o material pedagógico que havia preparado para estes.
Ademais,
iniciei o conteúdo de acordo com o que estava preparado, relatando sobre o
termo folclore, quem o criou e seu significado, sendo ele conhecimento popular
ou sabedoria de um povo, como também, destacando o que faz parte do folclore.
Sendo o folclore o conjunto de tradições, superstições, crenças e mais, de um
povo, destacando-se entre os costumes as brincadeiras, vestimentas, mitos,
lendas e outros.
Porém,
o assunto em destaque dentro do nosso folclore brasileiro era sobre lendas
regional, especificamente a Lenda do boto cor-de-rosa. No entanto, enquanto
estudávamos sobre o assunto, falamos sobre as inúmeras lendas da nossa região
amazônica, onde os alunos citaram algumas conhecidas como a Lenda da Rasga
Mortalha e a do Caboclinho da Mata, muito conhecida dentro da nossa sociedade, assim,
relataram algumas estórias contadas por seus pais e tios, que tiveram um
encontro com este na mata, onde foram surrados devido ao caçar, terem matado
vários animais. A turma estava bem atenciosa e empolgada enquanto o outro
colega contava o que já tinha ouvido sobre tais lendas de nossa região.
Muitas
são elas, mas para este projeto escolhi expressar a Lenda do Boto cor-de-rosa,
e foi essencial trabalhá-la com a turma, sendo interessante o momento em que a
contava oralmente, pois os alunos ficavam ansiosos, atencionados na
estória, fazendo perguntas sobre esta, como exemplo, se realmente existia boto
cor-de-rosa, se aquilo era mesmo
fantasia ou realidade contado por nossos avós e gerações anteriores, enfim,
conhecendo sobre esta lenda e os mistérios do boto. Naquele momento, houve uma
socialização, onde os alunos debateram o conteúdo, falando de alguns mistérios
que já conheciam, entre muitos citaram o de que o boto protege mulheres
grávidas.
Alguns
dos alunos não sabiam que muitas são as lendas regionais amazônicas, contadas
por nossos ribeirinhos, e que estas fortalecem nossa identidade cultural, já
que são de origem acreana. Ao conhecerem que em épocas atrás essa lenda do boto
foi utilizada para justificativa de mulheres solteiras que apareciam grávidas,
questionaram sobre a ousadia e esperteza das mulheres da época e da credulidade
dos pais e familiares quanto à sedução de um boto. Os estudantes estavam bem
comunicativos, onde desde então podemos contar com a participação destes, desde
a leitura do conteúdo, sendo um método que utilizei para que estes viessem
participar da aula e dar atenção no conteúdo tratado.
Foi
feita uma ilustração com imagens do boto cor-de-rosa, e também, com imagens
fictícias da lenda do boto, assim, foram respondidas as perguntas destes também
através das imagens, onde estes conheceram um registro de um boto real que vive
nas águas doces, e outras ilustrações como uma figura popular do folclore
amazônico.
Contudo,
utilizei como poética artística a
assemblage, assim, essa linguagem foi apresentada aos alunos, onde
conheceram que esta técnica que é
baseada no princípio que todo e qualquer material pode ser incorporado a uma
obra de arte, sendo objetos que muitas das vezes são descartados por muitos, mas
que ao ser expresso na obra, dá um sentido particular a esta, além do mais,
entre os muitos objetos que podemos utilizar apresentei o papel, a cola,
plásticos, arames, borrachas ou plásticos, enfim, aqueles que fossem mais
acessíveis aos alunos.
Em sequência, foi apresentado aos alunos dois
artistas que trabalham com essa linguagem, sendo o brasileiro Farnese de
Andrade Neto e a americana Bety Irene Saar. Foi disponível ainda dentro do
material didático, uma das principais obras desses artistas, sendo criadas com objetos
descartados e colhidos no dia-a-adia e baseados em temas comuns e bem
significantes de sua própria vida, que dão todo sentido a essas obras.
Portanto, estas foram mostradas aos alunos, para que os eles conhecessem obras
em assemblage, já que essa técnica é
pouco conhecida dentro do município de Sena Madureira-Acre.
Para
finalizar o assunto, apresentei para os mesmos, uma obra criada por mim,
inspirada em nossa lenda regional do boto, onde foi expresso alguns dos
elementos que encontramos nessa lenda, com festas juninas, a dança, o rio, o
boto e seu processo de transformação, homem vestido todo de branco, a moçinha e
outras. Todavia, os alunos gostaram bastante da obra, aproximando-se e
analisando tanto a produção, que foi criada em cima deste tema, quanto os
objetos que foram utilizados, assim, compreenderam que com criatividade pode-se
transformar simples objetos em grandes produções artísticas. Para finalizar, ao
compreenderem que podemos criar uma obra de acordo com um tema escolhido, um
tema pessoal ou até mesmo buscado em seu cotidiano, em seu meio cultural, estes
ficaram felizes, comentando sobre a criação de suas obras, do que pretendiam
produzir, inspirando-se em temas que estão ligados ao seu dia, entre eles jogo
de futebol, facebook e outros.
Fui bem aceita na sala, os alunos gostaram do
conteúdo e por falta de tempo, a execução prática ficou para próxima aula. No
entanto, após explicar sobre a execução prática do projeto, onde os alunos
teriam que criar uma obra em assemblage,
estes gostaram da idéia, e preferiram dar inicio em suas casas, para que
pudessem analisar o que iriam desenvolver e logo criar, porém, quando foi para
dividir grupos, foi necessário ser flexível, pois os alunos preferem escolher
seus integrantes, já que isto é rotineiro na disciplina de artes e também nas
demais. Portando, indiquei que estes fizessem acesso em sites seguros,
conhecendo novas obras em assemblage,
para que lhe ajudasse durante a manifestação da sua.
Neste dia haviam faltado alguns alunos por
diferentes motivos, e isso foi lamentável, pois não puderam conhecer um pouco
do seu próprio contexto, de uma estória que faz parte de sua cultura. Contudo,
devido a aula acontecer somente uma vez na semana e no tempo de 50 minutos,
acredito que o tempo não foi tão a favor, mas mesmo assim, foi apresentado toda
a parte teórica a estes e vejo que esta aula teve resultado positivo, onde os
alunos interagiram, questionaram, trocaram experiências, enfim, conheceram a
linguagem assemblage e, consequentemente,
desenvolverão obras nessa técnica artística.
Registro Visual da Execução do Projeto:
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